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Quadrilha do ?golpe do falso advogado? atuava com curso para formar criminosos

Publicado em: 10/12/2025

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Uma organização criminosa investigada por aplicar o chamado “golpe do falso advogado” criava um verdadeiro “modelo de negócio”: criminosos contratavam um curso para aprender a aplicar o golpe e, a partir disso, lesar vítimas no Espírito Santo e em outros estados. A informação faz parte do relatório revelado pela polícia.

De acordo com a investigação, os criminosos vinham recrutando pessoas, com ou sem histórico criminal, oferecendo o “treinamento” para que se tornassem aplicadores do golpe.

O delegado da especializada que coordena a ação, Guilherme Eugênio Rodrigues, explicou que tudo era vendido como se fosse um curso legítimo:

“O que se percebeu … é que uma organização criminosa criou um modelo de negócio e recrutou pessoas com ou sem histórico criminal para a prática desse crime. Pessoas entenderam que esse caminho proporcionava um dinheiro fácil.” 

Segundo a polícia, o golpe funcionava da seguinte forma: criminosos acessavam bases de dados públicas do judiciário para identificar pessoas que supostamente teriam ganho causas judiciais. Utilizando nome e foto de advogados reais, os golpistas se passavam por esses profissionais e alteravam o número de contato e entravam em contato com as vítimas, informando que um pagamento estava liberado. Para liberar o dinheiro, solicitavam transferências antecipadas, alegando que se tratava de “custas”, “taxas” ou “honorários”.

“Mas, eles condicionam o recebimento dos valores com o pagamento antecipado de valores como custas. Normalmente os valores são ‘baixos’ como mil ou cinco mil e conforme as vítimas vão pagando, vão aumentando os valores e criando novas condições enquanto a vítima vai aceitando.”

Entre as vítimas, há casos de prejuízos de até R$ 10 mil. Em muitos casos, os valores solicitados começaram pequenos e foram crescendo à medida que o golpe avançava.

As investigações já identificaram um grupo de quatro suspeitos, sendo dois deles presos, e outros dois respondendo em liberdade, além de ao menos um foragido.

Para prevenir novas vítimas, a polícia e entidades ligadas à advocacia alertam: jamais faça pagamentos antecipados caso receba mensagens de reivindicação de valores judiciais. O ideal é confirmar diretamente com seu advogado, por canais oficiais, ou checar no sistema da autoridade judiciária. Por isso, o delegado Darcy Arruda, da Polícia Civil, recomendou cautela:

“Quando receber informação, por exemplo, que você tem um dinheiro a receber por uma ação na Justiça, você tem que ficar em contato com seu advogado, não achar que ele está falando. Ele deve ter uma forma de falar, um canal específico de falar, ou por e-mail, ou através do site, ou de um telefone do escritório.”


Fonte: PORTAL PONTO 03