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Arsenal do crime: Serra lidera em volume de apreensões de armas e Linhares em taxa por habitante

Publicado em: 09/12/2025

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Estudo do Instituto Sou da Paz mostra que, entre 2018 e 2023, Serra concentrou 19,6% das armas retiradas de circulação no Espírito Santo, enquanto Linhares registrou a maior taxa proporcional, com 732,2 armas apreendidas para cada 100 mil habitantes.

Um novo estudo, intitulado “Arsenal do Crime: Análise do perfil das armas de fogo apreendidas no Sudeste (2018-2023)”, do Instituto Sou da Paz, revelou dados preocupantes sobre a apreensão de armamentos no Espírito Santo.

A Serra, o município mais populoso do estado, é também o líder em números absolutos de apreensões, concentrando 19,6% de todas as armas retiradas de circulação entre 2018 e 2023. Já Linhares, apesar de ser o quinto colocado em volume total, aparece no topo de outro indicador alarmante: registra 732,2 armas apreendidas para cada 100 mil habitantes, evidenciando a alta taxa de circulação proporcional.

O documento aponta que a Polícia Militar é responsável pela maior parte das apreensões no Espírito Santo, com 80,8% do total, seguida pela Polícia Civil (14,8%) e pela Guarda Municipal (2%).

O papel da Desarme e o cenário regional

O Espírito Santo se destaca no estudo por ter criado, em agosto de 2019, a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A atuação da unidade, focada no enfrentamento do tráfico de armas, pode ter contribuído para um aumento nas apreensões feitas pela Polícia Civil, que passaram de 12,3% para 15,8% no período analisado. Segundo o instituto, delegacias especializadas têm o potencial de desarticular rotas de desvio, coibir comerciantes ilegais e fechar fábricas clandestinas, gerando um impacto mais duradouro na segurança pública.

O estudo também fez um comparativo regional. O Espírito Santo e Minas Gerais se destacam por concentrarem 82% das submetralhadoras apreendidas em todo o Sudeste. Esse tipo de armamento, que é mais barato e usa munição de pistola, é frequentemente a porta de entrada para organizações criminosas que buscam ampliar seu poder de fogo. Em contraste, no Rio de Janeiro e em São Paulo, o cenário é dominado pelos fuzis, tipicamente associados a facções mais estruturadas e a disputas territoriais intensas.


Fonte: PORTAL PONTO 03