
Dados do Censo 2022 mostram que meninas são maioria entre 10 e 14 anos em união conjugal no Estado, realidade que se repete em todo o país
O Espírito Santo tem 470 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos vivendo em união conjugal, segundo dados do Censo 2022 do IBGE. O número faz parte dos resultados preliminares do levantamento sobre nupcialidade e família, divulgados no início do mês de novembro.
Em todo o Brasil, o total ultrapassa 34 mil crianças e adolescentes nessa situação. Embora representem apenas 0,04% dos 90,3 milhões de brasileiros casados ou em união estável, os números evidenciam que o casamento infantil ainda persiste no país.
Maioria feminina
No Espírito Santo, há mais de 245 mil crianças entre 10 e 14 anos. Deste total, 399 são meninas e 71 são meninos que vivem como casados ou em união estável — uma desigualdade de gênero que se repete em todo o território nacional.
A maioria das uniões ocorre de forma informal, sem registro civil ou religioso. São 416 casos em formato de união estável e 54 casamentos formais (sendo 51 registrados no civil e religioso).
Distribuição por município
Os dados do IBGE mostram a presença de casos em todas as regiões capixabas. Na Grande Vitória, Cariacica lidera com 62 crianças em união conjugal, seguida por Serra (43), Vila Velha (38) e Vitória (35).
No interior, Linhares aparece com 33 casos e São Mateus, com 30 crianças nessa situação.
Outros municípios também registram ocorrências:
Casos também foram registrados em Cachoeiro de Itapemirim (5), Conceição do Castelo (4), Presidente Kennedy (3) e Nova Venécia (2), entre outros municípios.
Situação nacional
Em todo o país, 29 mil crianças vivem em união estável e cerca de 4 mil estão casadas formalmente. No total, 86,6% das uniões entre crianças de 10 a 14 anos são consensuais e informais, sem passar por cartório ou cerimônia religiosa.
O Censo ainda mostra que, ao incluir adolescentes até 19 anos, o número de uniões chega a 1,1 milhão de jovens em situação conjugal — a maioria em relações informais.
Proibição por lei
Desde 2019, a legislação brasileira proíbe qualquer forma de união com menores de 16 anos, mesmo com consentimento dos responsáveis. A medida busca combater o casamento infantil, considerado uma grave violação de direitos e uma forma de violência sexual e de gênero.
Ibatiba: 22
Guarapari: 21
Colatina: 19
Alegre e Pedro Canário: 15 cada
Guaçuí e Itaguaçu: 13 cada
Pancas: 12
Rio Bananal e Santa Maria de Jetibá: 10 cada
São Gabriel da Palha: 9
Viana: 8
Afonso Cláudio, Brejetuba e São Roque do Canaã: 7 cada