
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava os ataques a ônibus ocorridos na Grande Vitória em 25 de agosto deste ano. As investigações apontaram que José Roberto Santos de Jesus e Bruno Trindade da Silva foram os mandantes dos atentados.
José Roberto, que é apontado como gerente do tráfico de drogas no Bairro da Penha e faccionado ao Primeiro Comando de Vitória (PCV), foi preso no dia 31 de outubro.
O ataque foi uma retaliação à morte do filho de José Roberto, David Santos de Jesus, de 21 anos, que foi morto em confronto com a Polícia Militar no mesmo dia em que os ônibus foram incendiados.
No dia dos ataques, sete ônibus foram incendiados em diferentes cidades da Região Metropolitana, indicando uma ação coordenada.
Segundo o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Dec), delegado Gabriel Monteiro, os incêndios a ônibus têm três objetivos claros para o crime organizado: demonstrar força, intimidar a população e afrontar a polícia. A facção PCV utiliza adolescentes e pessoas em situação de rua, que são “facilmente substituíveis”, para realizar os atos.
O delegado geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, destacou a importância da prisão de um mandante:
“Nós usamos uma teoria no Direito Penal, chamada de Teoria do Domínio Final do Fato, que permite punir quem dá a ordem, não como partícipe do crime, mas como mandante, autor do crime. Ele responde como se tivesse colocado fogo no ônibus”, afirmou.
José Roberto foi preso pelos crimes de incêndio e corrupção de menores, além de fazer parte de organização criminosa. O outro mandante, Bruno Trindade da Silva (conhecido como “Bruno MM” e também líder do PCV), não foi encontrado e é considerado foragido, com suspeitas de estar escondido no Rio de Janeiro.