A fraude foi descoberta pelo próprio médico que teve seu nome falsificado no documento. Prefeitura de Cariacica investiga esquema de venda de atestados por até R$ 200.

Uma professora da rede municipal de Cariacica, de 39 anos, foi presa em flagrante ao apresentar um atestado médico falso, expondo um esquema de fraude que está sendo monitorado pela Prefeitura há mais de um ano.

O crime foi descoberto na última sexta-feira (10), quando a professora levou o atestado para homologação na clínica de perícia médica do município. O médico perito que a atendeu era o mesmo profissional que constava no atestado falso.

A Descoberta da Fraude

Ao analisar o documento, o médico percebeu a falsificação, pois o atestado o indicava como profissional da unidade de saúde onde o atendimento supostamente ocorreu, local onde ele nunca trabalhou.

O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, informou que a professora seria efetivada nos próximos dias após aprovação em concurso público, mas foi demitida imediatamente devido à conduta.

“Esse tipo de perfil não condiz com o que acreditamos. Esse dinheiro gasto de forma criminosa poderia ser investido na melhoria das salas de aula, em materiais para os alunos. Estamos trabalhando para encerrar essa atividade o mais rápido possível”, afirmou o prefeito.

Esquema de Falsificação e Investigações

Segundo o prefeito, a fraude tem causado grande prejuízo aos cofres públicos. Há indícios de que o esquema envolva tanto a falsificação de carimbos e documentos quanto a venda de atestados por profissionais de saúde, com valores variando entre R$ 100 e R$ 200.

O prefeito revelou ainda um dado preocupante da investigação: dois médicos chegaram a emitir atestados que somavam mais de 15 mil dias de afastamento em um curto período.

A Polícia Civil informou que a mulher foi conduzida à Delegacia Regional de Cariacica, onde assinou um Termo Circunstanciado (TC) por uso de documento falsificado e foi liberada após se comprometer a comparecer em juízo.

As investigações do esquema continuam, e o município pretende acionar a Polícia Federal, visto que parte dos recursos destinados ao pagamento de servidores da Educação é de origem federal.