
O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado neste sábado (18), mobiliza a Secretaria da Saúde (Sesa) para alertar a população capixaba sobre os riscos da doença e a importância da prevenção. A sífilis adquirida, que é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável, e a sífilis congênita, têm no diagnóstico oportuno e na adesão ao tratamento as estratégias essenciais para o controle da doença.
A sífilis adquirida é transmitida em relações sexuais sem o uso de preservativos, enquanto a sífilis congênita ocorre quando a mãe infectada não realiza o tratamento corretamente, transmitindo a doença para o bebê (transmissão vertical).
A médica e referência técnica da Sífilis, Luísa Milleri Altoé, destacou a principal forma de prevenção:
“O uso de preservativos em todas as relações sexuais é fundamental e importante para se prevenir contra a Sífilis e outras ISTs. Nas gestantes é realizado, como rastreio, o teste rápido, na primeira consulta de pré-natal e nos trimestres subsequentes, além de na maternidade, no momento do parto”, explicou.
Os dados do sistema e-SUS Vigilância em Saúde (VS) mostram que o Espírito Santo registrou 6.920 casos de sífilis adquirida até a primeira semana de outubro, um número próximo aos 7.566 casos confirmados durante todo o ano de 2024.
O cenário é de atenção também nas gestações:
A médica Luísa Milleri Altoé classificou a doença como “traiçoeira” e fez um alerta sobre as consequências da falta de tratamento:
“A população deve ficar atenta à Sífilis, uma vez que é considerada ‘traiçoeira’, já que pode inicialmente apresentar sintomas leves, acarretando no adiamento da procura pelo serviço, do diagnóstico e do tratamento. Além disso, devido a esta característica, a transmissão para o parceiro ou a parceira pode ser facilitada.”
Ela reforçou que a falta de tratamento pode levar a danos permanentes aos sistemas neurológicos, cardiovasculares e ósseos. Na gestação, a sífilis não tratada pode resultar em aborto, parto prematuro e morte fetal.
“Embora o Estado esteja empenhado em reverter esse quadro com políticas públicas, a ação da população é crucial. É preciso usar preservativos em todas as relações sexuais, buscar testagem regular, garantir o tratamento imediato em caso de infecção e envolver a parceria sexual para que o tratamento seja realizado por ambos”, destacou Altoé.
A sífilis congênita é um problema de saúde pública no Espírito Santo. Desde 2024, a Sesa retomou o “Plano Estadual de Enfrentamento da Sífilis Congênita no Espírito Santo” para reorientar as intervenções e reduzir a incidência, buscando atingir o índice estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
As ações implementadas já mostram resultados. Segundo a referência técnica, a taxa de incidência da doença apresentou uma discreta redução em 2024 (14,2 casos por 1.000 nascidos vivos) em comparação com 2023 (15,6 casos por 1.000 nascidos vivos).
“A redução observada na taxa de incidência da doença foi atribuída ao fortalecimento e à intensificação das estratégias de prevenção e controle implementadas no Estado”, pontuou Luísa Milleri Altoé.
Tanto o diagnóstico quanto o tratamento contra a sífilis são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico é rápido, feito com teste rápido em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O tratamento é realizado com o antibiótico Penicilina Benzatina.
A população deve procurar a unidade de saúde mais próxima em caso de suspeita de sintomas ou após ter tido uma relação sexual sem preservativo.