Ver a aposentadoria como uma experiência de potência e de escolha. Com essa perspectiva, a Assembleia Legislativa (Ales) está realizando, esta semana, o Curso “Caminhos para o futuro: planejamento de vida e aposentadoria”, voltado sobretudo para os servidores no final de carreira. A formação, que teve início nesta quinta (14) e vai até sexta-feira (15), no Auditório Augusto Ruschi, é uma parceria entre a Ales e a Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp).
Uma das instrutoras do curso, a assistente social e mestre em Política Social, Flávia Pavan, defendeu uma mudança de visão sobre a aposentadoria. “Precisamos mudar a visão da aposentadoria como uma fase da vida de decadência para pensar a aposentadoria como uma potência. O que você vai fazer com esse tempo? Não é uma obrigação de ser produtivo. Mas entender o que faz sentido para você e o que você quer para esse momento da vida”.
Hábitos e planejamento
Uma das orientações é refletir sobre os hábitos de vida, segundo Pavan: “Hábitos que temos antes da aposentadoria são potencializados quando estamos aposentados. Então precisamos pensar: quais hábitos saudáveis que eu tenho e que quero potencializar lá na frente, quando eu tiver mais tempo? Qual aposentado você quer ser?”, questionou.
Nesse sentido, planejar é fundamental. Uma das dicas é planejar com base nas afinidades e hobbies. “Uma coisa é inegociável: fazer atividade física. Ah, você não gosta? Problema é seu”, brincou Pavan. “Tem de se exercitar para conseguir desfrutar dessa aposentadoria. E depois, escolher duas atividades nesse planejamento com foco naquilo que faz sentido pra você”.
Insegurança
A aposentadoria é uma fase da vida que traz inseguranças e também a criação de muitas expectativas. “Aposentadoria é uma experiência subjetiva. Precisamos trabalhar às expectativas e a realidade. A aposentadoria é o fim de uma carreira e o início de outras possibilidades. É preciso pensar na aposentadoria desde o início da carreira”, orientou Pavan.
A analista legislativa Katarinny Buge refletiu sobre essa insegurança. “Existe uma ansiedade com relação às mudanças na legislação. Por exemplo, eu vou me aposentar daqui há muitos anos, mas as regras vão mudar até lá? Não sabemos. E isso gera uma insegurança”, opinou.
Pavan explicou que a insegurança é mais um motivo para se pensar em planejamento. “As legislações podem mudar mesmo. E isso é mais um motivo para gente planejar e aprender a se adaptar às mudanças que não estão no nosso controle”.
Com aposentadoria prevista para esse ano, a servidora Lúcia Maria Pinheiro Sardenberg de Mattos relatou o sentimento de apreensão. “Me sinto muito apreensiva com esse assunto. E também nós ficamos bem perdidos na parte burocrática, de documentação”, explicou a funcionária.
“O trabalho é importante porque ele dá suporte para outras dimensões da vida: suporte financeiro, interação com colegas, engajamento, reconhecimento. Mas ele não pode ser a parte mais importante da vida e nem a prioridade máxima. Precisamos ter os nossos projetos. Não é um projeto com base no esposo, na esposa, no neto. É uma dimensão pessoal”, refletiu Pavan.
Questão financeira
A questão financeira é o principal motivo para que as pessoas permaneçam na carreira mesmo podendo se aposentar. Sobre o assunto, a instrutora disse que o melhor é buscar ser ser realista. “Precisamos ser realistas entre o que eu quero e o que eu posso. Ah, eu quero me aposentar e ir pra Dubai. Não tenho dinheiro? Vou curtir Guarapari e vai ser ótimo. E na verdade, esse é um exercício para tudo na vida. Buscar o que nós queremos, sim, mas entender qual é a realidade do momento presente”, disse.
Sobre o curso
O curso “Caminhos para o futuro: planejamento de vida e aposentadoria” aborda os seguintes temas: planejamento de vida e relacionamento; legislação previdenciária; finanças pessoais; e saúde integral.
Fonte: POLÍTICA ES