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Conferência debate políticas públicas para mulheres no Hip-Hop

Publicado em: 12/08/2025

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A DJ Deb Schulz abriu a Conferência Livre: Mulheres no Hip-Hop Capixaba, apresentando um vídeo, contando a história do estilo musical no mundo. A artista e pesquisadora trouxe para o debate, realizado na noite desta segunda-feira (11), na Assembleia Legislativa, por meio da Comissão de Cultura, a inserção das mulheres na cultura, a questão do fomento à arte e a difusão da cultura periférica.

A conferência foi conduzida pela presidente da Comissão, deputada Iriny Lopes (PT). A parlamentar falou sobre a capacidade que a arte tem de transformar. “Bom, primeiro é, assim, parabenizar essa mulherada aí que está batalhando para garantir a sua participação, a participação da mulher no hip-hop. A arte é sempre transformadora e o hip-hop tem uma história de denúncia, de marcar a sua posição de maneira muito destemida”, disse a petista.

A deputada explicou que o evento está sendo realizado neste mês para marcar o combate à a violência contra a mulher. “Está sendo feito no mês de agosto, que é o mês do lilás, é o Agosto Lilás contra a violência, e elas vão discutir assuntos de organização de seu próprio movimento. Então essa Casa se abre para mostrar à sociedade como os setores sociais estão se organizando”, pontuou.

Lei

A deputada também citou a Lei 11771/2023, de sua autoria, que declara o hip-hop, patrimônio imaterial do Espírito Santo. “Eu fiz essa lei para que a gente marcasse e reconhecesse o hip-hop como uma expressão cultural forte no estado” disse. Iriny apresentou ainda o Projeto de Lei (PL) 556/2025, com a proposta de aumentar a abrangência da lei. “Nós queremos mais investimentos nessa área, nós queremos mais eventos nessas áreas, nós queremos mais espaço”, concluiu.

“É muito importante a gente dialogar aí com as instâncias governamentais, para trazer as políticas públicas para cá e para levar a nossa realidade também para fora”, afirmou a artista.

Carência

Deb Schulz explicou a carência de espaço e incentivo para a arte da periferia, especialmente para as mulheres. “Na verdade o hip-hop é uma cultura específica, então a gente precisa ter esse olhar e os nossos gestores precisam ter esse olhar para o hip-hop, que ele também precisa desse fomento específico. A gente trabalha com as culturas periféricas, a gente trabalha com o desenvolvimento de território periférico, a gente trabalha salvando vidas da juventude, então assim, são muitas linhas, e quando a gente fala de nós mulheres, a gente tá aqui pelos nossos direitos e pelo bem viver também”, opinou.

“Nós estamos nas ruas, pelo direito de expressar nossa arte, também nossa cultura nas ruas, por ter direito a pagamentos também que sejam paritários, né, aos homens, porque a gente também recebe menos do que eles, também somos cota dentro dos eventos, então tem várias especificidades que são direcionadas às mulheres do hip-hop e nós estamos aqui pra isso, pra trazer esse diálogo, pra tirar as propostas e pra colocar aí esse olhar de políticas públicas”, concluiu a convidada.

Luta por espaços e direitos

Já a multiartista capixaba Whey Reis também participou da conferência com a declamação de uma poesia de sua autoria. A também multiartista, Pandora Da Luz, falou em seguida sobre a importância de se conscientizar as mulheres para integrarem a luta por espaço e direitos. “A gente, além de discutir cultura, arte e tudo mais, a gente está pautando os nossos direitos enquanto mulheres. Nós, no hip-hop, temos muitos a acrescentar, a somar na luta em geral das mulheres. As mulheres do hip-hop têm que participar dessa luta por direitos junto com as outras mulheres”, avaliou.

“A gente sempre precisa ser ouvida. As pessoas sempre acham que sabem o que é bom para a gente ou qual é a política pública que a gente deve receber, mas ninguém pergunta. Então, acho que a gente precisa ser ouvida. Talvez algumas reuniões, trabalhando a questão, pautando a questão das mulheres e da cultura, quais são os direitos que a mulher têm na cultura”, acrescentou Pandora.

Fonte: POLÍTICA ES


Fonte: fanotícias